quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Fui a Namibe


Neste fim de semana prolongado de 4 dias eu, o Paulo Ferreira, a Fernanda mais a filha deles Márcia fomos convidados pelo nosso colega Joaquim Rocha para irmos visitar Namibe (antiga Moçâmedes).
E assim no sábado pelas 16 horas, lá arrancamos nós juntamente com a Cláudia, esposa do Rocha e a filha deles Paula.
Meus caros, foi mesmo uma aventura em Angola....
Como sempre demoramos 1 hora só para sair de Luanda, nada que não estejamos já habituados.
Andamos cerca de 1h30 minutos e como já começava a anoitecer, resolvemos parar para comer uns deliciosos bolinhos de bacalhau confeccionados pela Cláudia.
Fomos andando e finalmente, era cerca da 1h da manhã chegamos a Lobito. Adorei. Uma cidade muito bonita, que nada tem a ver com Luanda. Limpa, bonita, com trânsito mais civilizado e calma onde se pode andar na rua a qualquer hora. As casas ainda da época colonial, são pequenas vivendas com jardim e muito bonitas.
Bem, chegados, toca a procurar alojamento. Tudo cheio.... Nem um quartinho.....
Nada de desanimar. Depois de tomar-mos uma bebida numa esplanada resolvemos arrancar para Benguela, que dista a 30 Kms.
Também uma cidade muito bonita e muito bem arranjada.
O mesmo resultado. Nada.... Tudo cheio.
Bem aí começamos a ficar preocupados. O que fazemos? Seguimos para a frente. Só que havia um problema. Estávamos quase sem combustível e a única bomba aberta em Benguela não tinha gasóleo. É que Angola apesar de ser um país produtor de petróleo, é muito habitual as bombas não terem combustível.
Agora é que estávamos mesmo desgraçados.... Sem onde dormir e sem gasóleo o que ia-mos fazer? É que já eram 3h da madrugada.
Única solução possível: dormir dentro do carro.... Mas quem é que consegue dormir descansado dentro de um carro em África??? Eu não, pelo menos.
Bem o que sei é que ás 4 horas ainda estava acordado, dormi depois um sono muito sobressaltado até ás 6 horas. Aí acordamos, comemos umas bolachas, fomos procurar gasóleo.
Indicaram-nos uma bomba a 75 kms no sentido de Lubango (antiga Sá da Bandeira), que por acaso era o sentido que queríamos, onde nos garantiram que haveria combustível. Confirmou-se e lá chegados atestamos os carros.
Passados 5 kms começou um autêntico martírio: 180 Kms de picada.... Sim porque este troço da estrada Benguela / Lubango, apesar de ser uma estrada por onde passa todo o trânsito que vem da Namibia e África do sul, não é alcatroada mas sim em terra batida, cheia de buracos e estreita....
Bem passados 6 horas (aí as minhas ricas costinhas), com uma paragem pelo caminho para comermos umas deliciosas bifanas feitas uma vez mais pela Cláudia, tínhamos finalmente percorrido os 180 kms e chegávamos finalmente a Lubango. Fomos a uma pastelaria beber um boa bica para retemperar forças que bem o merecíamos.
Nova ida ás bombas para dar de beber ás máquinas e ala para Namibe que se faz tarde.
Ainda paramos em Serra Leba onde vimos a famosa estrada feita pelos portugueses.
Chegamos ao nosso destino eram cerca das 18 horas, ou seja 25 horas depois de termos saído de Luanda e após 1200 Kms de verdadeira aventura
Fomos directos a casa dos pais da Cláudia onde ficamos hospedados, e tínhamos à nossa espera uns bifinhos de gazela (não, não era gazela vinho verde. Era mesmo gazela animal).
Depois fomos dar um pequeno passeio a pé, beber algo numa esplanada e eram 23 horas já estávamos deitadinhos numa cama verdadeira e a recuperar forças para o dia seguinte.
Segunda feira, 7h30 da manhã já estávamos preparados para arrancar.
Primeiro ainda fomos ao Mercado de Peixe de Namibe onde deve existir a maior densidade populacional de moscas do mundo, para comprar 3 valentes corvinas por apenas 17 euros.
Em seguida partimos em direcção ao deserto da Namibe. Andamos cerca de 150 kms dentro do deserto, onde tivemos a oportunidade de ver a famosa welwitchia, uma planta rara que só existe neste local, gazelas, vários tipos de aves e pasme-se: sinais de trânsito em pleno deserto.... até um sinal de rotunda havia e não eram miragens.
Paragem seguinte foi para comprar 3 caixas de caranguejo daqueles que só um enche o prato (nem vos digo o preço, pois vocês roiam-se ainda mais de inveja) e fomos para casa da irmã da Cláudia comer os ditos e uns deliciosos bifinhos de orix (se não souberem o que é vão ver a uma enciclopédia).
Depois foi fomos até á praia e regressamos a casa para comer as tais corvinas em filetes, os quais estavam deliciosos.
Ás 23 horas fomos para a caminha pois tínhamos de nos levantar ás 4 horas madrugada para regressarmos a Luanda.
No dia seguinte, terça feira, pelas 5h30m estávamos a arrancar para Luanda onde chegamos ás 0h15m de quarta feira, todos partidinhos, fartos de carro mas muito muito satisfeitos
E então não houve aventuras no regresso, perguntam vocês.
É claro que sim, mas se eu contar tudo agora, fico sem nada para vos contar pessoalmente.
Resumindo, um excelente fim de semana, com uma companhia muito agradável, cansativo é verdade mas que valeu a mesmo a pena.
Agora só mais uma pequena "picadela": fizemos cerca de 3.000 kms com 75 € de combustível...
Roam-se de inveja...
Viva África.

3 comentários:

  1. Já tinhas dito que eram de gemsbok, por cá na segunda fui á feira dos 23 comprei duas medidas de tremoços, ao lanche foi o que comi e bebi uma onix.

    HEHEHEHEHEHHHH..............

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  2. E que aventura....diferente desta vidinha rotineira daqui....que fixe!!!!!
    O erro consiste em supormos que a acção tende para o prazer, pois o prazer acompanha a acção
    :( Alain)

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  3. Meu caro JC
    Neste dia especial apenas uma mensagem
    PARABÉNNNNNSSSSSSS

    Um abraço da Maria Teresa e Acácio
    20/05/09

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